Escrita Cafeína

3 de jun de 2020

Multifaces

Não deixar de falar, expor, se mediar
 
Conseguir ser ímpeto, sem temor
 
Conquistar vitórias, sem dor
 
Descobrir o novo, sem críticas
 
Fazer da diferença, a saída para o que pode ser igual
 
Achar que quase tudo é normal.
 

 
Observar o canto, a arte, sem insensibilidade
 
Curtindo o que o abstrato diz
 
Para de ensinamentos, inventos, volta a ser aprendiz
 
E no final, me diz
 
A porcentagem do teu valor, pois já não sou a tua bússola
 
Cansei de ser a intrusa de um corpo sem essência,

que apela sem decência

que preencham o que a genética lhe esvaziou.
 

 
Começa pelo menor e tenta enxergar o maior, quando teus passos forem firmes
 
Quando não houver mais o calibre de tanta sabedoria
 
Concretiza o que de maior te sustenta para que volte a prender a fenda
 
Que um dia você soltou.
 

 
E sem mais conselhos, falo erguendo os joelhos que por um instante me apoiou
 
Para que pudesse te olhar de frente, e agradecer verbalmente
 
Pelo desprezo que hoje te dou
 
Resultado da dor – sensível àqueles destinados, carma para os desacreditados
 

 
Pena que tenha aprendido pela estrada mais sólida
 
A verdade que estava atrás da porta e você deixou escapar
 
Só espero que cuide de tratar com cuidado
 
Ah, busque no armário, o que você precisa
 
Para cicatrizar as feridas que você desprezou
 

 
E que se abria a cada deslize, naquela crise que hoje nos derrubou
 
Mas de uma coisa tenho certeza,
 
Saio com delicadeza e sem ressentimento
 
Não deixando o meu momento dissipar, vou viver e respirar
 
A brisa que me convida, para ser feliz e digna de libertar.

Por Bianca Morais

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