Escrita Cafeína

13 de set de 2020

Obscuro domínio

Amar-te assim desvelado
 
Lábio mordido na luz.
 
Praia estendida ao Sol
 
Na areia do ventre olvido.

Fogo-fátuo de desejo
 
Feroz, barco louco.
 
Onomatopeia teu corpo
 
Tenaz do meu viver.

Sorriso vertendo vida
 
Teu abraço desertor.
 
Mãos que tocam o infinito
 
No alcance vasto do imediato.

Beijo que é noite escura
 
No dia que ali amanhece
 
Intemporal, estático,
 
Que o Amor um dia finda.

De novo, o teu toque:
 
Lua sonhada sibilante
 
Mordendo o céu límpido
 
Da tua boca que apetece.

Movimento que não pára
 
O começo que não termina.

Ser teu mais uma e outra vez,

Ser rio que em ti deságua .…

Bruno de Sousa

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