No fim do poço, à beira de um abismo..
Eu estava ali, jogado, em meio àquela grama desgastada, descuidada
era um lugar mórbido, medieval com
pedras pontiagudas por todos os lados.
Minha armadura pesada e enferrujada não me deixava nem sequer mover um braço
o peso, a dor...
estava sendo torturado
por minha própria força
meu peso, minha dor..
As pessoas passavam e não me viam,
estava invisível
no fim do poço, à beira de um abismo
o mundo girava a uma velocidade estúpida
e eu não me movia
mal abria os olhos
era melhor esperar
era melhor não ver.
E então o tempo parou..
era ela..
não parecia bruxa, nem deusa
nem princesa, nem camponesa
suas vestes de cor violeta vibrante
iam clareando o tom a cada feixe de luz
um gradiente inspirador
Nomeei-a de Cândila
de olhos levemente amarelados que brilhavam como estrelas.
Ela andou até o poço, se encostou
e pô-se a olhar lá embaixo, ali, no fim, como quem procurava algo que havia perdido
Permanecia com um olhar intrigante, misterioso
Pareceu inquieta, confusa
não sabia se via algo
mas era eu, ali jogado
no fim do poço, à beira de um abismo
ela jogou sua mão
a fim de colorir aquele meu mundo acinzentado
e disse q pegasse o quanto antes, pois o tempo correria
Talvez se eu conseguisse tocá-la
o tempo seria ameno
mas o peso era tanto,
a dor me sufocava,
não consegui..
Desisti do que parecia uma boa oportunidade para me livrar do todas aquelas pedras em cima de mim
Mas desisti..
e o tempo a levou..
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