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Apenas um sonho

O deus da nossa mediocridade conforta-se ao descascar laranjas. Debruçado na janela observo a vida sintética do quintal – longa distância entre desejo e ter. Inconcebível era um ontem estrada que nos ultrapassou, caminho sombra dos sonhos esquecidos ou abortados filhos. Emergência em emergir. Persistimos em delirar Paris como último indício de saúde mental. Eis que chega o travestido de insano e expõe nossa loucura classe média, o amor por máscaras e vida hipotecada. Felizes como margarina, mas prestes a derreter quando acabar o teatro da vida social.


Por Vandia Leal


Texto retirado do livro In-quietudes de Vandia Leal. Padê Editorial, Cole-sã Escrevivências, n. 13.

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