top of page

In-quietudes

Garrafa bilhete ao mar fisgada por meus descendentes do cruzeiro de sangue, o negreiro marítimo.

Eu cheguei, eu estou aqui com a força de todos os abraços que guardei, ignorando o medo do desejo que esmaga costelas. Onde encontrarei você, pois somos outros? A casa abrigará aquilo que chamou de mais uma fuga desistência? Caso decida fixar-se na minha suposta covardia, não sairá à caça e tampouco tropeçará na surpresa. Resolvo apostar na escola aristotélica, eu que nem tenho o seu endereço, invento um roteiro e uma ancestralidade africana e carioca.

Sigo, peri-patética.


Vandia Leal


Texto retirado do livro In-quietudes de Vandia Leal. Padê Editorial - Cole-sã escrevivências, n. 13.


Posts recentes

Ver tudo

Cavaleiro Negro (Aline Bischoff)

Onde vais pelas trevas impuras, cavaleiro das armas escuras (...) Cavaleiro, que és? – que mistério Que te força da morte no império Pela noite assombrada a vagar? Álvares de Azevedo Por que é que voc

Brinquedos (Alessandra Barcelar)

Lucas e Adalberto escreveram sua carta ao Papai Noel juntos. Empolgados, eles conversaram sobre o que fariam quando recebessem seus brinquedos. Lucas pediu uma bola e Adalberto um carrinho de madeira.

Múltiplas (Valéria Pisauro)

Dentro de mim cadeado, Porta aberta, cárcere privado, Ventre ancestral do tempo, Dentro de mim, muralha, Que a palavra não apaga Chica da Silva, Marielle, Anita, Dandara, Pagu, Maria Quitéria, Maria B

Deixe seu comentário:
bottom of page