Não deixar de falar, expor, se mediar Conseguir ser ímpeto, sem temor Conquistar vitórias, sem dor Descobrir o novo, sem críticas Fazer da diferença, a saída para o que pode ser igual Achar que quase tudo é normal. Observar o canto, a arte, sem insensibilidade Curtindo o que o abstrato diz Para de ensinamentos, inventos, volta a ser aprendiz E no final, me diz A porcentagem do teu valor, pois já não sou a tua bússola Cansei de ser a intrusa de um corpo sem essência,
que apela sem decência
que preencham o que a genética lhe esvaziou. Começa pelo menor e tenta enxergar o maior, quando teus passos forem firmes Quando não houver mais o calibre de tanta sabedoria Concretiza o que de maior te sustenta para que volte a prender a fenda Que um dia você soltou. E sem mais conselhos, falo erguendo os joelhos que por um instante me apoiou Para que pudesse te olhar de frente, e agradecer verbalmente Pelo desprezo que hoje te dou Resultado da dor – sensível àqueles destinados, carma para os desacreditados Pena que tenha aprendido pela estrada mais sólida A verdade que estava atrás da porta e você deixou escapar Só espero que cuide de tratar com cuidado Ah, busque no armário, o que você precisa Para cicatrizar as feridas que você desprezou E que se abria a cada deslize, naquela crise que hoje nos derrubou Mas de uma coisa tenho certeza, Saio com delicadeza e sem ressentimento Não deixando o meu momento dissipar, vou viver e respirar A brisa que me convida, para ser feliz e digna de libertar.
Por Bianca Morais
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