Os dias se vão
Triste e distante lua
Neste mundo imensidão
Oblação tua carne nua
Caminhantes em redemoinho
Cujo ao mesmo raio volta
Desencontro
Da mão que então se solta
Piedade que falsa engana
Com mentira delira e treme
Triste ser que orgulho emana
Nem pecado desviado teme
Acreditar em nada que existe
Pesadelo de uma vida torta
E em amar deveras insiste
Fiel resiste fagulha morta
Das águas que agitadas correm
Marinheiro na escuridão navega
Flores que não regadas morrem
Sem recados ou entrega
E neste incauto torpe vagar
Falsa alegria que a rede insiste
Continua sem encontrar
Este amor que sequer existe.
Carmo Bráz de Oliveira
Comentarios