É preciso articular essa tristeza em rima,
Antes que já não me reste mais o que dizer,
Tanta coisa se atropela, fica fácil de esquecer,
Aquilo que o tempo não mostra, a solidão ensina.
Anoto as velhas frases soltas e desisto como antes,
Já não sei me completar com poesia ou com canção
E me derramo pelas noites, pra encobrir a sensação
De que nada aqui me move, nada me leva adiante.
De mim restou apenas o desejo da mudança
E o mal cortado, na raiz destas virtudes,
Sei que sou difícil, mas nutria a esperança
Que a vida me sorriria nas demais vicissitudes.
Mas não há nem mesmo a mão dos companheiros de outrora,
Já não há o riso e o amor, que marcaram a juventude.
Foram tantos desacertos que minaram minha glória,
Que já nem me reconheço na minha própria incompletude.
Matheus Oliveira
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